quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Faço minhas as suas palavras Caio.

Vai passar, tu sabes que vai passar.
Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe?
O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”.
Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas.
Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim – nós, não.
Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”.
Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais.
Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor.
Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente – e não importa – essa coisa que chamarás com cuidado, de “uma ausência”.
E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração.
Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer.
E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio.
E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos.
Serão tantas que desistirás de contar.
Então fingirás – aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam.
Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho.
Achando graça, pensarás com inveja na lagartixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos.
Refreias quase seguro as vontades impossíveis.
Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:
- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca …

(Caio Fernando Abreu)

*** Faço minhas a suas palavras Caio. Sem mais.

FECHADO.



Cansado de tantos dissabores... Fechou.

Aprendeu.
Perdoou.
Sentiu.
Acreditou.
Arriscou.
Apostou.
Quebrou... mais uma vez.

Estou muito CANSADA. (por tempo indeterminado)
Mais tarde tudo pode ser diferente ou não...

domingo, 26 de dezembro de 2010

Aprendizado.

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.
Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

(Fernando Pessoa)

*** Encontrei esse texto fuçando esses dias pela net, resumi tudo o que estou vivendo (mais uma vez...). Estou em um processo de desapego, desfazendo-me de toda e qualquer lembrança que me machuque. Encerrando um "ciclo". Um processo difícil, muito dolorido mas necessário... Vou seguindo os dias assim e tentando ver tudo como mais um aprendizado.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Meu disfarce

"Você vê esse meu jeito
De pessoa liberada
Mas não sabe que por dentro
Não é isso, não sou nada...

Tenho ares de serpente
Mas em casos de amor
Sou pequena, sou carente
Sou mais frágil que uma flôr..."

Carlos Roque

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então... Feliz Natal!




♪* "Oh luzes de natal
Iluminam a rua
Iluminam os fogos de artifício em mim
Que todos os seus problemas acabem
Aquelas luzes de natal continuam brilhando " ♪ *


Passa...

Pelos dias, assim, suspensa entre as cores e os sons tão cotidianos.
Chove dentro dos meus olhos. Mas, sei, tudo passa...
.
.
.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sentença!


Nunca se contentar com menos do que você merece!

Pedido de natal

Neste natal eu não queria presentes, nem dinheiro, nem luxo, nem grandes festas, nem folga, férias...
Eu apenas queria minha paz interior.
Queria estar feliz.
Queria estar em paz com o coração tranquilo, com a alma sossegada.
Queria não ter tantas lágrimas pra chorar.
Queria ter de volta as minhas boas noites de sono, dormir e acordar disposta.
Queria poder fechar os olhos e ver lindas imagens.
Queria não lembrar.
Não pensar.
Esquecer.

Enfim, queria e quero simplesmente estar de bem comigo... Só isso, nada mais.


Papai noel, escuta as minhas preces. Me ajuda a resgatar a paz que eu perdi em 2010.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"estive exatamente onde eu me coloquei"

"Cansei de me flagrar em circunstâncias em que eu jurava que havia ocorrido uma falha do cenógrafo na montagem do ambiente: tudo o mais poderia estar no lugar correto, mas não era para eu estar ali. Aí era um tal de listar os supostos culpados, lamentar a má sorte, um blablablá triste toda vida, sob o fundo musical de “Ó, Deus, como sou infeliz”. Muitas cenas depois, porque só o tempo é capaz de nos dar olhos que veem um pouco além das aparências, comecei a encaixar as peças daquelas tais circunstâncias e a perceber que estive exatamente onde eu me coloquei. Nem um centímetro a mais nem a menos. Eram os meus sentimentos, minhas dores pendentes de cura, minha resistência à mudança, minhas crenças equivocadas sobre mim, que me atraíam para aqueles cenários. Peças encaixadas, descobri que, no fim das contas, a roteirista o tempo todo era eu.

Se a história não me agrada, preciso aprender a reescrevê-la até que se torne parecida com a ideia que passa pelo meu coração. O roteiro só muda quando eu assumo a minha responsabilidade por ele e me trabalho para ser capaz de modificá-lo. Não adianta culpar o cenógrafo."

Ana Jácomo

Palavra Amiga

Nessa "relação" eu era apenas um fetiche, mais um entre tantos...

Talvez eu tenha apostado, insistido e me doado tanto por querer muito que essa história desse certo.


Amiga, você tinha e tem toda razão.

Conclusão


Falta de sintonia.


Um está sonhando com algo a mais enquanto o outro está só curtindo mas não profundamente envolvido.


Ponto.

Pronto!

Volta...

Há alguns meses eu não escrevia pra eu mesma.
Há alguns meses eu não parava pra analisar com frieza tudo o que eu estava vivenciando, as minhas escolhas, os meus sentimentos...
Estava vivendo, sentindo, demonstrando e apostando.
É impossivel chegar ao final do ano e não parar pra pensar em tudo que aconteceu ao longo dos seus últimos 365 dias.
Hora de balanço geral.
E? me assustei comigo mesma... como eu deixei chegar a esse ponto?!
Acontecimentos inesperados aconteceram.
Bons.
Ruins.
Medianos...
Viajei.
Realizei desejos.
Adquiri bens.
Conferi pessoalmente sensações que eu tanto idealizei.
Errei, voltei atrás, me arrependi.
Troquei o certo pelo duvidoso.
Deixei a minha ansiedade "falar" mais alto por muitos momentos.
Testei meus conhecimentos, minha disposição.
Retornei. E aprendi muito.
Mas... e o coração?
Deu um tiro no escuro.
Apostou errado de novo.
Quebrou a cara. Se quebrou.

Termino o ano totalmente diferente de como o iniciei. Infelizmente pra pior. Talvez seja mais uma etapa pra minha evolução. Talvez...

Finalizo os dias de 2010 com um nó na alma. Coração machucado. (muito)
Uma sensação de engano, arrependimento, decepção. (Tudo junto ao mesmo tempo)

Termino com um peso tonelada aqui dentro. Deixei em 2010 ser roubada a minha paz interior, algo que havia conquistado com muito esforço.
Mas eu deixei...

E em 2011, só me resta buscar forças, disposição, equilibrio pra recuperar o bem precioso que eu perdi.
Ainda me resta esperança.

P.S.: Escrever alivia o peso, a dor, a angústia... é uma forma de desabafo, de expelir tudo o que há aqui dentro.